quarta-feira, 4 de julho de 2007

O que é uma divindade "alegórica"?

As divindades "alegóricas" - como Força, Poder, Loucura, Petulância, Fortuna e tantas outras - são assim designadas por não terem "vontade própria" como as demais divindades quer Olímpicas, quer Telúricas quer Subterrâneas.

Por exemplo, na peça de Ésquilo "Os Persas", vemos como a Loucura ( Até ) leva Xerxes à derrota. Porém, a Loucura não tem uma forma definida, não tem personalidade como Marte, Minverva ou Vênus. Ela simplesmente obedece às ordens de Zeus, que "pune os mortais, soberbos em demasia, que pretendem rivalizar com os deuses". Ou seja, ela é um "instrumento" da justiça, ou da vontade, divina.

Em "Prometeu Acorrentado", a Força e o Poder ladeam Vulcano enquanto este prende Prometeu. Vulcano sente-se mal por o fazer, porém a Força e o Poder não exprimem qualquer sentimento, são apenas agentes da vontade de Zeus.

Portanto, Sonho, Sono, Lei, Decência, Pudor, Luxúria, Poder, Loucura e outras tantas divindades que povoam o imaginário da mitologia greco-romana não são nada mais do que os "agentes" das vontades dos deuses soberanos, como Júpiter, Juno, Miverna, Vênus, Prosérpina e outros mais.

Qualquer dúvida sobre isto, abra a Ilíada, Livro I, e leia como Zeus convoca o Sonho para enganar Agamenon. O Sonho - uma divindade alegórica - simplesmente lhe segue o comando, sem hesitações ou sem demonstrar qualquer traço de personalidade.

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