segunda-feira, 2 de julho de 2007

Mês Julho em honra de Júlio César

Júpiter à orbe observava. Triste seu semblante! Sobre os campos de Ceres, quase por todo mundo, nem paz nem lei havia, barbárie apenas.
Imperioso, o Pai Omnipotente, a suprema potestade, Vênus, sua filha, ao palácio dos céus a convocou e assim lhe ia dizendo:
"Filha querida, do Amor e dos sorrisos a mãe, da latina gente, da sagrada Roma, a absoluta guardiã. Lá justiça impera, há ordem pública, boa fé e piedade. Ao mundo, tão rude, tudo isto falta. De um dos seus, nume o farei, e dar-lhe-ei o comando das ínvias terras, onde preceitos de Licaão inda imperam, e ele irá domar os selvagens, impor-lhes pias leis, punir os soberbos e proteger os humildes".
Exultante, Vênus à sua santa Roma desceu. Lá, junto de Juno Lucina, viu César nascer. Chamou a si a gloriosa Palas Minerva e o terrível Marte, ambos em harmônia, ao nato educaram. Justiça, Concórdia e Persuasão, todas elas e mais as Graças, os passos do deus menino, atenciosas, acompanharam.
Com as armas e a palavra, César pacificou o mundo. Aos aspérrimos povos, deu-lhes sacros mandamentos, deu-lhes a escrita e a cultura, fez a luz santa do pai Jove sobre a Europa refulgir.
Assim que a alma de César do seu corpo mortal se libertou, todos os deuses se perfilaram a receber nos céus o novo nume, o libertador dos povos do vício da brutalidade. Em sua honra, Juno assim proclamou: "Que se siga ao meu mês, o mês do homem tornado deus. Assim, depois de Junho, venha Julho, do piedoso Júlio César, e que todos os imortais e mortais saibam, esta gente latina, como a argiva, pelasgos ambos, sempre foi também minha!"
E, em honra aos trabalhos de Júlio, Julho leva-lhe o nome.

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