quinta-feira, 28 de junho de 2007

Interpretação alegórica dos mitos

É muito significativo registrar e fixar que os gregos e romanos interpretavam seu mitos de uma maneira alegórica. Ou seja, não acreditavam que os deuses eram exatamente como eram retratados pelos poetas e vates.

No caso do "Julgamento de Paris", que deu início à guerra de Tróia, Clemente de Alexandria oferece-nos esta interpretação:

"Diz-se que Mercúrio é a linguagem, as instruções pelas quais a mente é informada e educada. Juno é a castidade, Minerva a coragem, Vênus o prazer, e Paris o entendimento. Se o homem é bárbaro e sem cultura, ignorante do julgamento justo e correto, ele irá desprezar a castidade e a coragem, e dará o prêmio, que é a maçã, ao prazer, e assim atrairá a si e aos seus a ruína e a destruição". Como Paris era troiano, era bárbaro; como era pastor, ignorante, e assim atraiu a ruína à Tróia.

Esta citação de Clemente é muito instrutiva pois mostra-nos que por atrás do antropomorfismo da mitologia grega e romana residia um sentido profundamente espiritual e simbólico.

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