quinta-feira, 28 de junho de 2007

Reencarnação e Destino

Encontra-se em Claudiano, "O Rapto de Proserpina", este diálogo entre uma das Parcas e Orco Estígio, na sua vácua morada, que esclarece qual é a relação entre o terrível Hades e o destino dos mortais.

Pois bem, Láquesis desce ao vácuo reino de Plutão, e dirige-se assim ao Monarca do Inferno:

"Ó tu, Júpiter Estígio, rei da noite, soberano das sombras, que comandas o girar fatal do nosso fiar,
Que imperas sobre o fim e o início de todas as coisas
E ordenas-nos a data fixar do nascimento e da destruição dos corpos dos homens mortais.
Ó Monarca Supremo do Averno, és tu o árbitro supremo da vida e da morte.
Tudo aquilo que vive só veio a ser por teu favor divino,
E após o ciclo da vida se expirar
E as almas baixarem ao teu hórrido e vácuo reino,
És tu a enviá-las de volta à vida,
De volta a habitar novos corpos mortais".

É de se notar que o destino é comandado pelo temível Hades, pois é ele a quem as Parcas se submetem. Assim, não é à toa que Júpiter não altera o destino dos mortais, ele foi escrito pelo seu irmão Dis, o nefasto. Por outro lado, é ele a comandar o ciclo da vida e também o ciclo das reencarnações, junto com a sua bela consorte, a dadivosa Proserpina, aquela que deu vida à raça dos mortais.

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